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terça-feira, 12 de julho de 2016

Por: Sistema FIRJAN - Internet das Coisas e Indústria 4.0 abrem novos mercados

A internet das coisas (IoT, de Internet of Things) está transformando o modo de produção e consumo em todo o mundo, com oportunidades para o surgimento de novos mercados e modelos de negócio. O conceito pressupõe uma rede de sistemas, com tecnologia que se comunicam de forma independente.
Essa integração permite que objetos utilizados no dia a dia, como relógios, eletrodomésticos, utensílios e roupas, armazenem informações e interajam de forma inteligente com o ambiente externo. De acordo com Bruno Gomes, diretor de Inovação do Sistema FIRJAN, a difusão da internet das coisas no Brasil está condicionada à superação de alguns desafios, como a criação de uma política nacional para preparar o país para esse mercado.
Para o diretor, existem questões fundamentais a serem discutidas, como a melhoria no acesso à internet pela indústria e pela sociedade, as quais irão consumir dados em escala cada vez maior: “A IoT ainda é um tema novo no país, e temos dificuldade de encontrar, na política industrial nacional, incentivos estruturantes e contínuos”.
Considerada uma revolução tecnológica, a IoT ganha cada vez mais importância pelas possibilidades que traz tanto em sua vertente tecnológica quanto social. No primeiro caso, impulsionará o desenvolvimento de eletrônicos e infraestrutura, necessários à sua viabilização. Já no segundo, a mudança cultural trazida por esse cenário estimulará novos hábitos de consumo, criando um aumento de demanda por produtos inteligentes.
No novo ciclo econômico proporcionado por essa revolução, a venda de produtos acoplados a serviços para o consumidor final, é um dos modelos de negócio que ganha força. São objetos tradicionais, como chuveiros, que, conectados, informam quando o volume de água do banho ultrapassa o recomendado, por exemplo. O produto passa a ser uma commodity, e seu valor estará na função intangível – o serviço – que exerce.
O foco em nichos também é uma tendência que pode ser explorada e trazer muitas oportunidades. Ao dispor de mais informações de consumo e estilo de vida dos clientes, as empresas se tornam aptas a oferecer produtos e soluções personalizados, atingindo com mais assertividade seu público-alvo. A aproximação com stakeholders e clientes, no contexto da IoT, passa a ser, mais do que em qualquer outro tempo, um fator de competitividade para as empresas.
Indústria 4.0 no Brasil
A IoT é um dos aspectos-chave da Indústria 4.0, conhecida como a Quarta Revolução Industrial. O conceito surgiu na Alemanha, a partir de uma política do governo para aumentar a competitividade industrial do país por meio da automatização das fábricas. Trata-se de um modelo em que a tecnologia digital se funde à indústria tradicional. Nele, todos os processos dentro e em torno de uma planta operacional são integrados por meio da conexão a um sistema de rede, formando, assim, a chamada fábrica inteligente.
Essa inovação proporciona benefícios como o incremento da produtividade e redução de custos e de tempo para fabricação de produtos de maior qualidade. Projeções da consultoria McKinsey apontam que, em 2025, o ganho proporcionado por essa tecnologia no mundo pode ser de 1,2 trilhão a 3,7 trilhões de dólares.
Para se inserir nesse modelo, o Brasil encontra desafios relevantes, que podem ser transformados em oportunidades. Por estar em um estágio anterior, de transição para a Indústria 3.0, o setor produtivo nacional pode otimizar esse movimento e absorver as tecnologias 4.0, queimando uma etapa do ciclo de evolução.
No estado do Rio, de acordo com uma pesquisa realizada pela Federação com 420 empresários fluminenses, mais da metade dos industriais já identifica tecnologias importantes para a competitividade do setor nos próximos cinco anos. Entre os principais benefícios esperados com sua aplicação está a redução dos custos e o aumento da produtividade.
SENAI prepara para novas tendências
A fim de preparar os empresários para essas transformações, o SENAI realiza um monitoramento de tendências tecnológicas por meio do Mapa de Rotas Tecnológicas e elaboração de estudos técnicos.
“Os Institutos SENAI de Tecnologia e o de Inovação também estão aderentes a esses movimentos. Temos consultorias diversas desde automação até prototipagem de sistemas e equipamentos, além de linhas de pesquisas específicas para IoT”, destaca Bruno Gomes.

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